sábado, 24 de abril de 2010

Lábios para os olhos

A garota de olhos de mel o chamou para acompanhá-la, pois especialmente naquele dia a noite estava muito escura e a mocinha temia caminhar até sua casa sozinha.


Mais uma vez pode-se notar o brilho no olhar, singular, entre estes, algo que não tem muita explicação, a não ser o próprio sentimento que invade corações e mentes, trazendo-os um ao outro chegando ao resultado único e surpreendente da ebulição de um sentimento...


Após despedirem-se dos amigos, saíram a caminhar pela cidade, muito embora alguém não concordasse, mas os dois tinham absoluta certeza da ótima companhia que tinham estando ao lado um do outro.



Como se mutuamente observassem que uma grande distância os separava naquela caminhada, em um abraço continuaram sua trajetória.


Aquela noite parecia mais escura, porém tinha milhares de estrelas brilhantes além do que os olhos viam e além do que o céu expunha.


O vento soprava forte e causava dificuldade em um ouvir o que o outro dizia ao meso tempo que dava um movimento novo a cada instante para aqueles cabelos dourados.


O som que o vento fazia lhes obrigava a aproximar cada vez mais os ouvidos dos lábios do outro, assim sendo, em uma das paradas para compreender as palavras na voz de Hélen, tal proximidade obrigou os rostos a se aproximarem tanto que era inevitável...


O fôlego sumiu, os sons de buzinas e motores silenciaram nada mais parecia existir.


Os corações em franca palpitação e o vento que era forte se transformando em leve brisa.


Os rostos se aproximam.


Nada mais era importante.


Olhos nos olhos.


Irresistível!


Pensamentos turvos e rostos afogueados pela compenetração de um olhar profundo que fala mais alto que se pense sobre o sentimento e seus sentidos comprometidos.


É uma pena que hoje não se dê a mínima importância pra isso.


Os lábios, ah estes pareciam estar a léguas de distância a instantes um do outro.


Se aproximam, se encontram e se tocam num carinho, numa conversa, num beijo ainda tímido, irresistível, contínuo que não se quer parar.


Certamente o beijo de suas vidas.



A partir daí tudo parecia menos importante. Algo que já antes existia, mas estava guardado e agora florescera como numa bela manhã de aroma doce e apaixonante.



Por um instante eterno o mundo ao redor parecia ter parado, e a suave brisa que conduzia o perfume da bela jovem hipnotizara Eduardo levando-o a carregar eternamente na memória a singeleza daquele aroma.



Trecho do livro...


Vocês saberão depois...

Texto: Killinho

Edição: Chico Jurnio


1 comentário:

  1. Há quanto tempo não se consegue mais essa sensação de "o mundo ao redor parecia ter parado"...
    A sensação frequente, normalmente é: pára o mundo que eu quero descer...
    Problema é se o mundo parar no lugar e hora errados. Melhor então ir dando um passo de cada vez. E olhando às vezes para tras, sim.
    Porque há tantos passos e momentos mágicos nesse caminhar...

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