segunda-feira, 3 de maio de 2010

Doce e Sal!

Eu em meu pensamento separo o sujeito composto do provérbio e faço uma análise do que ele fala.

Assim encontro algumas possibilidades interessantes. Flecha, Palavra, Oportunidade.

Não acho que os três são uma coisa só.

Imagino estar aqui diante de uma escolha a ser feita.

Afinal, de escolhas é feita a vida, umas para o bem, nosso ou do outro, mas outras nem tanto.

Disse uma vez certo sábio: “poderia de uma mesma fonte sair água doce e amarga?” este mesmo sábio continua seu pensamento afirmando que “de uma mesma boca procedem benção e maldição.”

Que escolha seria essa a se fazer? Mesmo sabendo que a flecha mata e a oportunidade pode trazer vida.

Chego então a outra interrogação, a final, temos quatro elementos na nossa oração?

Agora flecha é palavra que pode ser morte ouvida?

Mas que gatilho inicia todo processo?

São todas de um mesmo objeto agregadas num alforje de arqueiro que escolhe sabia ou tolamente para uma rajada delas soltas ao vento.

“Põe freio!” – Pensa o sábio. “Pões freio, não só gatilho!”

Mesmo os navios que são tão grandes, podem ser domados e dirigidos por um tão pequeno leme.

Ou cavalos e animálias que pela boca com arreios são direcionados...

...e tu, tua língua não governas? Ou governa ela todo teu corpo e, por conseguinte decides sem escolher quem matas, quem vive, quem amaldiçoas ou abençoas?!

Entre morte e oportunidade de vida, flecha e flecha é a decisão do arqueiro, que atira das costas sem ver, sem do alvo tirar o olho.

O gatilho, sei que preciso ter também o freio, mais o bendito gatilho, o que será?

Todos os dias eu abro a boca e disparo flechas.

Consciente, depois do acontecido, que muitos ficam pelo chão. Mas minha metralhadora de palavras, língua afiada, continua a promover benção e maldição, doce e sal, fel, mutilação...

O gatilho, sei que preciso ter também o freio, mais o bendito gatilho, o que será?

O que me faz dezenfreadamente disparar sem pensar?

Quem é também sábio que mostre mansidão e sabedoria no falar sem dizer...

Todos os dias eu abro a boca e disparo flechas...

Essas flechas que vejo ir, somente ir. Não têm volta apenas conseqüências...

O gatilho, sei que preciso ter também o freio, mais o bendito gatilho, o que será?

Todos os dias eu abro a boca e disparo flechas.

Killinho

1 comentário:

  1. Muito profundo e faz agente refletir sobre as "flexas" que saem da nossa boca!!

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