
Há pouco menos de uma semana terminei de ler o livro do Algusto Cury.
De Gênio e Louco, Todo Mundo tem um Pouco – é algo fascinante e envolvente. Por que à medida que você acha que se desenrolará ali mais uma história da patologia oriunda das mazelas sociais vividas por jovens criados em família, mas sem família, vitimas de todo tipo de violência até as mais “bobas”, que segundo o autor são a origem do bullying tão famoso. Os trotes tão inocentes nos nossos dias e nas nossas escolas desfiguram rostos e criam feridas eternas nas personalidades ainda em formação de nossas crianças e adolescentes.
Filhos de pais alcoólatras, violentos, sóbrios, mas igualmente violentos. Que desgraçam a graça da infância inocente destruindo o rosto de sua genitora na base da pancada e o rosto do “pai”, “homem”, “herói”, “protetor” na base do esculacho e na pouca importância dada ou ser humano que está sendo produzido naquele segundo de ira constante.
Cury nos coloca de frente para o que costumamos renegar e ignorar, nos tira da nossa pele, casca protetora de conceitos e preconceitos e nos põe dentro da realidade dos dois loucos Boquinha e Prefeito...
Preciso admitir que concorde com o protesto formalizado por Bartolomeu e Barnabé, pois o primeiro sentimento que tive ao fechar o livro foi saudade, senti falta de participar daquela trupe desvairada, mas cheia de amor, educação, vitórias, derrotas, mas humanidade e cuidado.
Onde pouco a pouco cada excêntrico, louco ou depressivo aprendeu a existir numa sociedade que os desprezou.
Fazendo apenas uma comparação:
“O evangelho é loucura para os que se perdem... para o que crê é vida e paz!”
Uma figura estranha aparece e parece ser mais louco que os malucos que frase a frase completam a trama. O Vendedor de Sonhos, que protagoniza outra obra do autor, que ainda lerei, aparece misteriosamente desafiando cada personagem no terreno das suas fraquezas, levando-os a ver que existe outro lado na história que se lê.
Ele inicialmente no seu portifólio de produtos a venda apresenta um item que possibilitará uma sequência aos acontecimentos. Ele quer vender uma “vírgula”.
A vírgula, ela evitará que os suicidas ponham um ponto final na sua história e possam comprovar que haverão outras aventuras a ser vividas, inclusive na Ilha dos Demônios.
Haveria vida até para que eles possam entender a convivência num mundo com loucos que contradizem seus mais profundos conceitos os seus ídolos se mostram suscetíveis antagonizando tudo que foi criado até ali.
Mas se olharmos ao redor o que veremos?
Uma orquestra ou um hospício?
Mas no que consiste uma orquestra para você?
Esse hospício cheio de coisas diferentes pode ser a orquestra que agrada aos ouvidos do maestro que a montou. Nessa orquestra, é bem capas de sermos nós os loucos que precisam, com a convivência, “um ser afinado no outro e o outro no um” a fim de produzir o som sonhado pelo supremo compositor.
Killinho
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