Indecisão na identidade.
Literariamente falando, escrevo versos renomeando personas de minha própria identificação com o que ainda não são!
O que são autor e personagem? Um relacionamento intimo, o antagonismo entre entes, a discórdia na ambigüidade do que se é e quer ser?
Eus espalhados por momentos e situações atemporais e temporais se esbarram pelas esquinas e corredores deste imenso edifício as vezes nada convidativo.
Quando me dou conta, estou em frente ao espelho... Quem é este que agora eu vejo?
Isso depende de onde o espelho está.
Amalgamado!
Vários eus representados cada um em sua cena.
Dissociados!
Dos meus sonhos surgem os personagens, vaporizando.
Como fumaça que hoje é e amanhã já foi, é nossa vida.
Em vários palcos!
Dividimo-nos para atender às demandas nesta estrada de ida.
Enquanto alguns acham ser a normalidade em viver sua individualidade.
A dualidade anormal leva outros a buscar suas faces, suas vezes.
Ainda outros se confundem ensimesmando personagens que emergem da tinta no papel.
Enquanto Herman escreve, ele é Heler que quer ser Goeter e encontra em seus caminhos Viana com seu sapato caramelo e Fernando, Varrido em seus pensamentos.
E eu, Benone de uma geração dolorida, moída, sem senso, sendo conduzida sem lenço.
Me contento com o que me dão, andam pensando que estou contente com o que me dão.
Contanto que eu sorria, eu seria tudo aquilo que se queria que se previa, que se faça do que sou o que mais alguém possa ser um todo de muitos personagens.
Cada um em sua sena, cada um que em si encena.
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